quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Repone formal Vs Repone Informal

Há dois tipos de raponizadores (ver post 1, apresentação). Os formais e os informais. Os informais são aparentemente desleixados: não há agenda ou ordem de trabalhos; hora de início e termo é uma miragem; a marcação pode ser feita de véspera; não há actas, faltas e afins. Em suma, uma rebaldaria. Chegamos ao final numa animada discussão sobre um assunto que já ninguém sabe qual é. Uns vão saindo sorrateiramente outros ficando alheadamente. Às vezes a coisa já acabou há horas sem que ninguém (dos não alheados) se apercebesse. O raponizador informal e sempre patusco e bem-disposto; nada decide mas também nada exige. Os formais são outra loiça. Agenda com semanas de antecedência, calendário para toda a época, acta e folha de presenças a preceito. Um assombro de aparente eficácia. Contudo, começada a coisa… Já conhecem a história. Nada muda. Um raponizador formal é uma praga que deve ser combatida com veemência. Uma coisa que não se parece com nada é muito mais agradável com uma coisa que não é nada mas que tem pretensões de ser grande. É como aqueles espelhos que as senhoras usam para arranjar as sobrancelhas – já os há nos retrovisores – que aumentam a imagem colossalmente, permitindo tirar o pêlo certo com precisão milimétrica. O raponizador formal tem um espelho de aumentar implantado no lobo occipital, entre o nervo óptico e o córtex visual. Terminei.
Charles Swann

Sem comentários:

Enviar um comentário